Morreu
hoje, em sua casa no Rio de Janeiro, às 5 horas da manhã, a atriz, cantora,
diretora, bailarina e coreógrafa, Marília
Pera, aos 72 anos de idade. Até o momento em que este texto foi escrito não
se sabia a causa exata da morte: a família da atriz disse que foi devido a um
desgaste ósseo, mas colunistas de televisão tais como Hildegard Angel e Fernando
Oliveira afirmam que foi um câncer no pulmão em estágio avançado.
Marília
Marzullo Pêra nasceu em 22 de janeiro de 1943, no Rio de Janeiro. Seus pais, Manuel Pêra e Dinorah Marzullo também eram atores e foi com eles que a pequena
Marília fez sua estreia nos palcos aos quatro anos de idade. Atuou como
bailarina dos 14 até os 21 anos em musicais e teatro de revista como, por
exemplo, Minha Querida Lady (1962),
estrelado por Bibi Ferreira e A Pequena Notável (1966), peça dirigida
pelo ator Ary Fontoura na qual
Marília interpretava Cármen Miranda.
Em
1964, venceu a cantora Elis Regina
na disputa pelo papel principal da peça Como
Vencer na Vida Sem Fazer Força.
Sua
estreia na televisão foi em 1965 nas novelas A Rainha do Sobrado e A Moreninha.
Em
1968, foi presa pela ditadura militar que tiraniza o Brasil enquanto atuava na
peça Roda Viva, de Chico Buarque, e foi obrigada pelos
agentes da repressão a correr nua em um corredor polonês. Tida como uma comunista
pela ditadura, foi presa novamente quando policiais invadiram sua casa assustando
a todos, inclusive a seu filho de sete anos, que dormia.
Em
1969, teve um grande sucesso com a peça Fala
Baixo, Senão Eu Grito, da dramaturga Leilah
Assumpção, que lhe valeu o prêmio de Melhor Atriz da Associação Paulista dos
Críticos Teatrais (atual Associação
Paulista dos Críticos de Arte - APCA).
Sua
estreia no cinema foi em 1968, no filme O
Homem Que Comprou o Mundo, do diretor Eduardo
Coutinho (de Cabra Marcado Para
Morrer). A consagração internacional veio em 1980, com o filme Pixote, a Lei do Mais Fraco, do diretor Hector Babenco (de O Beijo da Mulher-Aranha). Marília interpretou a prostituta Sueli,
papel que lhe valeu, nos EUA, os prêmios de Melhor Atriz do Boston Society of Film Critics, National
Society of Film Critics, além do segundo lugar como Melhor Atriz
Coadjuvante no New York Film Critics
Circle.
Em
1983, conquistou o prêmio de Melhor Atriz com o filme Bar Esperança, dirigido por Hugo
Carvana (de Vai Trabalhar, Vagabundo)
no Festival de Gramado. Por esse
mesmo trabalho, ganhou o prêmio de Melhor Atriz da APCA, em 1984.
Em
1991, conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cartagena (Colômbia) pelo filme Dias Melhores Virão, dirigido por Cacá Diegues (Bye, Bye Brasil).
Seu
último trabalho no cinema foi em 2008, com Polaróides
Urbanas, de Miguel Falabella (A Dama do Cine Shangai), que lhe deu o
Prêmio de Melhor Atriz no Festival de
Cinema Brasileiro de Miami.
Seu
último trabalho na TV foi o seriado Pé na
Cova, no papel de Darlene. Marília trabalhava na série desde 2013, até
afastar-se neste ano para cuidar da saúde.
A
dramaturgia brasileira está agora com um vazio impossível de se preencher. Que
ela descanse em paz.
Veja
aqui um vídeo de Marília Pêra
interpretando a canção 120... 150... 200
Km por Hora, de Roberto Carlos:
Publicado no Observatório do Cinema e no LinkedIn.
2 comentários:
Parabéns pela postagem desse vídeo. Verdadeira joia da prima donna Marilia Pêra. Fantástico.
João Carlos, parabéns pela postagem.
Marilia Pêra, nossa inesquecível prima donna.
Os anjos devem estar a ouvi-la, certamente embevecidos.
Christina.
https://www.facebook.com/kerleyfurquim
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