"Não odeie a mídia, seja a mídia" - Jello Biafra

Bem-vindos à Panorama BR

Arte, Cultura, Economia, Esporte, Política, Religião... Os dias atuais em suas mais diferentes matizes pedem uma reflexão crítica, franca, honesta e aberta que este espaço não só se propõe como está disposto e irá fazê-la de maneira democrática, independente e livre. Além das análises dos assuntos mais relevantes, este blog está subdividido em outras partes para que o público leitor possa ser atendido naquilo em que mais gosta: Notícias, Envio de Mensagens em SMS, Enquete, Sites Sugeridos, Vídeos, Livros Sugeridos e, logo abaixo deste texto de apresentação, estarão nossos Editoriais. Suas opiniões são muito importantes para que sempre possamos nos aprimorar cada vez mais e atendê-los melhor. Você pode deixar seus comentários nos próprios posts ou então em nosso e-mail: panoramabr@gmail.com. Bem-vindos à Panorama BR, a mais nova revista digital brasileira de análises, arte, atualidades, cultura, informações e notícias da Internet. Que a nossa presença possa ser não só prolongada, mas, principalmente, útil.

Editorial

Em breve.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!


Um Feliz 2009 a todos!


É a primeira vez que escrevo um texto analisando um ano que se passou. Aparentemente parece fácil, pois tudo o que temos que fazer é relembrar os principais fatos ocorridos ao longo desse mesmo ano, falar a respeito e procurar dar suas perspectivas para o futuro. E é aí que começa o problema, pois o que pode ser importante para mim não é necessariamente importante para o leitor e vice-versa. Dá para perceber? O que podemos fazer é separar aquilo que foi de maior destaque e relevância em 2008 e fazer a já citada análise. Mas aí, voltamos ao dilema: o que é de destaque e relevância para mim, pode não ser para o leitor, etc, etc. Mas, enfim, como não se consegue sair dessa roda viva, vamos lá e já pedindo desculpas de antemão aos que não concordarem com a decisão tomada.

Vamos começar com o assunto que vem dominado as conversas mundiais no últimos meses: a crise financeira global. Para muitos essa crise veio de surpresa, quando na verdade não foi, pois os sinais foram dados há, pelo menos, 18 meses antes com duas outras crises: a mercado imobiliário nos EUA, com a alta estratosférica da hipotecas e a dos alimentos que, de uma maneira muito abrupta e rápida, fez o preço da comida subir no mundo inteiro. Além disso, companhias pequenas e grandes (inclusive a gigante General Motors, considerada a maior fábrica de automóveis do mundo) vêm quebrando em uma quantidade e velocidade assustadoras. Respeitáveis órgão de imprensa como o jornal francês Le Monde Diplomatique já vinham alertando para esses sinais que vinham sendo emitidos. Porém, órgãos de imprensa não tão respeitáveis, como a revista brasileira Veja, desdenhavam desses alertas, pois acreditavam que esse sistema de capitalismo financeiro impulsionado pela ideologia neoliberal que vem dominando o mundo nos últimos 25 anos estava levando todo o planeta a uma espécie de superprosperidade que não teria mais a fim. Para se ter uma idéia, a malfadada Veja chegou ao ponto de publicar uma rídicula reportagem dizendo que esse capitalismo financeiro produz "160 milionários por dia" no Brasil.

A propósito, sobre essa reportagem da Veja, embora eu seja da área de Letras e não de Exatas, não resisti em fazer algumas pequenas contas: multipliquei esses 160 milionários por 365 dias que tem em um ano (não levei em conta os anos bissextos para, justamente, tornar os cálculos mais simples de se entenderem) e cheguei ao resultado de 58.400 milionários. Um bom número. Agora, vamos pegar esse número de milionários que se produz em um ano, multiplicar por 10 e temos 584.000, isto é, o número de milionários que se terá em 10 anos nesse ritmo de produção. Vamos novamente pegar essa quantidade de 58.400 e multiplicar novamente, desta vez por 100 e temos 5.840.000, isto é, o número de milionários que teremos daqui a 100 anos. Por fim, vamos novamente pegar esse número de 58.400 e multiplicar mais uma vez, desta vez por 1.000 e teremos 58.400.000 milionários daqui a 1000 anos. Ora, como, de acordo com os órgãos competentes, o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza no Brasil é, atualmente, cerca de 50.000.000, isto significa que, graças a essa política financeira segundo a Veja, daqui a 1000 anos, não só a miséria estará extinta no Brasil, como também teremos 8.400.000 milionários sobrando.

Voltando ao ponto, me chama a atenção que essa crise seja financeira e não econômica, mas que, ainda assim, afete a economia. Isso tudo mostra que - na minha opinião de leigo em assuntos econômicos - quando só se especula ativos ao invés de se produzir bens, acontece o que está a acontecer no momento. A iniciativa privada fez um monte de besteiras e agora os governos do mundo têm que consertar os estragos (a Islândia já quebrou totalmente). A política econômica keynesiana (do economista inglês John Keynes), que diz que o estado deve intervir na economia, volta a ficar em alta enquanto a política friedmaniana (do economista estadunidense Milton Friedman, chamado de "pai do neoliberalismo"), que diz exatamente o contrário - ideário neoliberal - está mais em baixa do que nunca. Quem mais se prejudica com toda essa maldita crise, só para variar, é a classe trabalhadora que vê, mais uma vez, os fantasmas da carestia, da alta de preços e do desemprego a assombrá-la. Há quem diga que tudo isso é apenas a ponta do iceberg e que vem mais coisas por aí. Esperemos e rezemos que não.

O outro assunto que vem dominado as conversas do dia-a-dia é a expectiva pela posse do recém-eleito presidente dos EUA, Barack Obama. Primeiro negro e primeiro descendente de árabes muçulmanos (embora seja cristão) a assumir a presidência estadunidense, Obama vai assumir seu posto com uma carga extremamente pesada. Para começar, espera-se que ele e sua equipe achem uma solução para essa atual crise financeira, que já está sendo comparada à crise de 1929. O atual e moribundo governo Bush já está prestando auxílio em dinheiro a rodo às companhias - bilhões de dólares - para evitar a quebradeira geral, mas a crise ainda continua forte. O outro grande desafio é sobre a presença estadunidense no Iraque. Obama já disse que vai retirar as tropas dos EUA de lá, mas quando? E quanto ao "problema cubano"? Agora que Raul Castro assumiu o poder no lugar de seu irmão Fidel e fez algumas tímidas reformas, o governo Obama mudará a postura dos EUA com relação à ilha? E, finalmente, quanto ao conflito palestino-israelense. Os EUA são os tradicionais aliados de Israel, mas as atitudes tomadas pelo Estado Judeu nesses último ataques contra os seu rivais fazem com que Obama esteja numa sinuca danada. Como manter apoio incondicional a Israel nessas condições? O presidente eleito vem mantendo silêncio sobre esse assunto apesar da insistência da imprensa para que ele fale. Talvez seja mesmo a melhor ficar quieto por enquanto, pois, se abrir a boca, pode piorar a já caótica situação.

A verdade é que Obama ainda não deixou muito claro o que pretende fazer. Essa, inclusive, tem sido a maior crítica que faz a ele desde que começou a sua campanha eleitoral: muito marketing e poucas soluções práticas. Mas quais eram as alternativas? Uma ex-primeira dama que é uma baita duma chata (Hilary Clinton que, aliás, vai trabalhar no novo governo no cargo de secretário de Estado) ou um veterano da guerra do Vietnã (John McCain) que acha que tudo deve ser resolvido na bala? Diante disso, dos males, o menor...

Desde a sua eleição, Barack Obama tem sido visto não só pelos estadunidenses, mas também por pessoas em toda a parte, como um agente de mudanças políticas, sociais e econômicas. Algumas vezes é também visto como uma espécie de messias. Mas Obama é apenas um homem. O mais poderoso do mundo, é verdade, mas de carne e osso como todos nós.

No momento em que este texto é escrito, está a ocorrer mais uma série de ataques de Israel contra os palestinos. O Estado Judeu, como sempre, diz que está a combater o terrorismo. É verdade que o grupo Hamas, representante do fundamentalismo islâmico, não é flor que se cheire, mas a maneira que Israel escolheu para agir lembra a de um pirralho valentão contra um menino menor e mais fraco. E Israel já disse a quem quisesse ouvir que isso é só o começo. O pirralho valentão quer bater ainda mais no menino fraquinho. Não é à toa que as pessoas em outros países se revoltam contra essa atitude. E Israel ainda reclama de perseguição!

Não tenho muito mais a acrescentar ao que já foi dito até agora sobre esse tópico, mas, como muitos, eu me pergunto: quando esse conflito terá um fim? Afinal o que falta para israelenses e palestinos finalmente entrem em um acordo e passem a viver em harmonia e paz? São perguntas que ainda não tem respostas que satisfaçam a todos.

Ronaldo Fenômeno, o futebolista brasileiro supercampeão, surpreende a todos e assina contrato com o Corinthians! Ronaldo vem se recuperando de mais uma grave contusão - das muitas que tanto o atormentaram ao longo de sua vitoriosa carreira - e vai jogar na equipe de Parque São Jorge na temporada 2009. Marcado pelas já citadas contusões, pela dificuldade em manter a forma física, por escândalos (ainda está fresca na memória coletica o episódio com os travestis no Rio de Janeiro) e com 32 anos nas costas, não são poucos aqueles que vêm com desconfiança essa contratação. Para esses, tudo não passa de uma jogada de marketing tanto da parte do Fenômeno quanto da parte da diretoria corinthiana e que o jogador está simplemente acabado para o futebol. Mas a Fiel ficou felicíssima com esse reforço para o Timão.

Por um lado, eu concordo que essa contratação seja uma jogada de marketing. Mas quem foi que disse que isso é proibido? Por outro lado, caso Ronaldo se recupere bem e entre em forma, essa pode ser uma das maiores contratações já feitas no futebol brasileiro e que irá trazer muitas alegrias à torcida. Caso contrário, pode acontecer com ele o que aconteceu com outro jogadores que não correspoderam às expectativas, isto é, vai ser escorraçado. No fundo, esse contrato é de alto risco.

Bem, essas foram as análises de alguns dos principais assuntos de 2008. E, novamente peço desculpas ao leitor por algum assunto considerado importante que, porventura, eu tenha deixado de lado.

Para terminar, quero não só agradecer a todos aqueles que nos honraram com sua honrosa visita no decorrer deste ano, mas também desejar um ano novo cheio de properidade. Um feliz 2009 a todos.


Aqui estão os nossos fogos de artifício para o Reveillon: