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Editorial


Em breve.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz 2014!



         Anteriormente, Panorama BR publicou um texto no qual analisou o ano que passou. Agora, faremos o contrário: em um exercício de futurologia, vamos, baseados em fatos ocorridos no ano anterior, tentar prever o que ocorrerá em 2014. É claro que corre-se o risco de errar – e feio – nas previsões, mas, quem já não tentou fazer isto antes? O tempo dirá onde acertamos e onde erramos.

Fuleco,o mascote da Copa do Mundo de 2014

          Para começar, o evento no qual milhões de brasileiros estarão simplesmente obcecados neste ano: a Copa do Mundo de Futebol. Depois de muitos anos, a competição retorna ao território sul-americano no local chamado de “país do futebol”, ou seja, nosso querido Brasil.
          Milhões de reais têm sidos gastos na organização e na construção de estádios – alguns dos quais ainda não estão prontos – o que foi um dos motivos das manifestações ocorridas em junho de 2013, que contestava esses mesmos gastos com um evento esportivo quando poderiam ser utilizados em saúde e educação (no “padrão FIFA”, ironizavam os manifestantes).
          Parece óbvio que haverão mais manifestações contra o Mundial até o final dessa competição. Figuras como Pelé disseram para deixar essas manifestações para lá e concentrar-se apenas na Copa, o que fez aumentar a antipatia contra o evento. De minha parte, penso que a Copa no Brasil irá ocorrer no pior momento possível para ela, pois será no mesmo ano das eleições gerais de nosso país. Da mesma forma, também é óbvio que, seja lá quem vença o pleito, irá usar e abusar do título em proveito próprio e de seu governo, tal como fez a ditadura militar após a vitória brasileira na Copa de 1970. Daí, vêm as perguntas que não querem calar: o Brasil vencerá a Copa? Será bom para o Brasil vencer a Copa? O Brasil deve vencer a Copa?

Urna eletrônica a ser usada nas eleições gerais de outubro deste ano
            As Eleições Gerais são o outro assunto que dominará as conversas em nosso país neste ano. Apesar de todas as manifestações ocorridas contra o governo, a presidente Dilma Rousseff permanece como favorita para a vitória nas urnas. Se as eleições fossem realizadas na data em que este texto é publicado, a atual presidente venceria com relativa facilidade, mesmo porque os outros candidatos, até o momento, não desperta entusiasmo no eleitorado, embora órgãos da chamada “grande mídia” apoiem nomes como o de Aécio Neves. E nomes da direita mais conservadora, tacanha e reacionária tal como o “pastor” Marco Feliciano, que teve grande destaque em 2013 graças ao seu período na Comissão de Direitos Humanos do Senado na qual comandou uma “cruzada anti-gay”, irão tentar a reeleição aproveitando-se da ingenuidade e ignorância de seus seguidores-eleitores para aumentarem ainda mais sua funesta influência. Ainda faltam cerca de 10 meses para o pleito, e as coisas podem mudar até lá, principalmente dependendo do resultado da Copa do Mundo de Futebol...

Bandeira da União Europeia (UE)

A crise financeira da Europa, que aparentava não ter fim, parece que finalmente dá sinais de recuperação, com uma ligeira subida de países como a Espanha, o fortalecimento do Euro perante o Dólar, a entrada da Letônia na Zona do Euro (grupo de países que utilizam a moeda única da União Europeia, a UE), e a criação de uma unificação bancária, que alguns analistas vêm como a salvação da lavora. Ainda assim, o Velho Continente – principalmente países como a própria Espanha, Portugal, Grécia, Itália, Irlanda e os recém-chegados Bulgária e Romênia – ainda passarão um ano muito difícil com a política de austeridade mantida pela “Troika” (grupo formado pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e o maldito Fundo Monetário Internacional, o FMI), que insiste no corte de salários e benefícios sociais que estão gerando desemprego e o aumento da pobreza nos países da UE. Novas e maiores manifestações são esperadas para acontecerem nos países-membros contra essa política, a “Troika” e os governos locais, vários deles com acusações de corrupção. E, além disso, há a queda de braço entre o governo da Ucrânia, que quer estreitar seus laços com a Rússia, e os manifestantes pró-europeus, que desejam entrar na União. A Grã-Bretanha, que faz parte da UE e não adotou o Euro como moeda, permanecendo com a Libra Esterlina, e que não sofreu tanto com a crise, olha com apreensão o referendo sobre a independência da Escócia, um desejo de milhares de escoceses, a ocorrer em setembro próximo. Se for aprovado pela população local, a relativa estabilidade britânica pode ser tremendamente afetada se isso ocorrer.


Edward Snowden

Um dos dois homens do ano (o outro é o Papa Francisco), o estadunidense Edward Snowden (assunto de um futuro artigo nosso), permanece em seu exílio russo fazendo ainda mais revelações sobre a espionagem protagonizada pelo seu país natal, os EUA, que o vem como um traidor, e, como peças de dominó armadas para cair quando empurradas, mais casos de espionagem de vários países – inclusive o Brasil – surgem a cada instante. Que outras revelações Mr. Snowden nos trará em 2014? O mundo aguarda curioso e preocupado...

Papa Francisco

O outro homem do ano, o Papa Francisco, conseguiu surpreender tanto seus simpatizantes como seus detratores. Com um forte discurso social, o que não era esperado pelos especialistas em Vaticano, Francisco tem aumentado sua popularidade e respeito tanto entre católicos como entre os não-católicos (que inclui os evangélicos). Sua ênfase aos pobres e desamparados e críticas ao sistema capitalista cruel e selvagem já lhe valeu, pelos conservadores e fascistas, a alcunha de “comunista” tanto fora como dentro da Igreja. Vamos ver em 2014 quem é verdadeiramente cristão nessa história...

Manifestação em São Paulo ocorrida em junho de 2013

Desde o ano passado para cá, vem aumentado muito o número de manifestações mundo afora. Países como Egito e Tailândia lutam contra governos opressores e corruptos. A corrupção também é um mal a ser combatido por países-membros da UE, conforme dito acima, assim como em países da África, Ásia e América Latina que, além disso, lutam contra a falta de liberdade política e de expressão (temas já analisados no artigo Lembrai, lembrai o cinco de novembro publicado aqui no mês retrasado). No Brasil, além das esperadas manifestações contra a Copa do Mundo, o Movimento Passe Livre (MPL), organizador de muitas dos protestos do ano passado, promete voltar à carga justamente para reivindicar aquilo que está em seu nome: o passe livre de ônibus e também de outras formas de transporte público. Como será que o governo irá reagir à estas manifestações em um ano de eleições gerais? Com certeza não será com açúcar e perfume...

Avião utilizado na Primeira Guerra Mundial 

Em 2014, vários acontecimentos passados serão lembrados e, alguns comemorados. Um deles é os 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial, o primeiro conflito global ocorrido, com uso de armas até então novas (como, por exemplo, o avião) que acarretou milhões de mortes, a ponto de ter sido chamada de “a guerra para acabar com todas as guerras”. Infelizmente, como sabemos, não foi o que aconteceu.

Vladimir Lênin

Outro acontecimento a ser lembrado são os 90 anos da morte da Vladimir Lênin, o pai da Revolução Russa, que fez surgir o primeiro estado socialista do planeta: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Figura carismática e controversa, o intelectual Lênin desperta paixões tanto a favor como contra a sua pessoa até hoje, mas ninguém nega a sua importância histórica e seu legado, apesar do fim da URSS e de outros países comunistas, permanece.

Ayrton Senna

Outra morte a ser lembrada, de modo particularmente triste pelos brasileiros, é a de Ayrton Senna, ocorrida 20 anos atrás. O fantástico tricampeão de Fórmula 1 deixa até hoje um vazio impossível de se preencher tanto nas pistas de corrida assim como fora delas. Sua paixão pelo que fazia, sua determinação (não raro beirando a obsessão), seu amor pelas crianças e pelo Brasil – algo cada vez mais raro hoje em dia – são exemplos que permanecem nos corações de todos.

Golpe Militar de 1964

Igualmente triste foi o golpe militar ocorrido em nosso país há 50 anos atrás, no malfadado ano de 1964. Sob a velha desculpa de “combater o comunismo”, os militares lançaram o país em um período de trevas que duraram mais de 20 longos anos.

Revolução dos Cravos de 1974

Em contrapartida, a Revolução dos Cravos, protagonizada pelos nossos irmãos portugueses há 40 anos atrás, em 25 de abril de 1974, tirou o país do longo período de trevas da ditadura salazarista, levando país a um período de democracia e liberdade sem precedentes que dura até hoje. Apesar da grave crise financeira que assola o país atualmente, Portugal tem muito a comemorar nessa data histórica.
Como podemos ver, este será um ano particularmente movimentado Da minha parte, espero que o bom senso e o bem maior prevaleçam neste ano que começa. Feliz 2014 a todos!

Como sempre, temos nossos fogos de artifício para saudar o novo ano: