A
equipe do New York Cosmos acaba de
sagrar-se campeão estadunidense de futebol, ou, “soccer”, como esse esporte é
chamado nos Estados Unidos.
Os
mais velhos, ao lerem o parágrafo, devem estar a pensar, “deve ser um replay de
jogo antigo”. Então, dão um suspiro de saudades e dizem “Puxa, há quanto tempo”.
Nada disso. Depois de um longo hiato, o Cosmos voltou às competições oficiais
em 2013 e, mal retornou, já conquistou o campeonato.
Os
mais jovens, acostumados a times tais como Corinthians, Boca Juniors,
Barcelona, Real Madrid, Milan e Manchester United, e que nem eram nascidos na
época, devem estar a perguntar “Mas que time é esse New York Cosmos?”.
Acompanhem as linhas seguintes e conhecerão a história fantástica de uma lenda
do futebol mundial.
Origens
Randy Horton, primeiro ídolo e artilheiro do Cosmos
Até
o final da década de 1960, o futebol nos EUA (ou “soccer”, nome dado para que
não houvesse confusão com o “football” que, nos países de língua de portuguesa,
é chamado de “futebol americano”) era praticamente nada, apesar do país ter
obtido um honroso terceiro lugar na primeira Copa do Mundo, disputada no
Uruguai, em 1930, e, vinte anos depois, ter protagonizado uma das maiores
“zebras” do futebol mundial: a vitória sobre a poderosa Inglaterra, durante a
Copa do Mundo de 1950, disputada no Brasil. Além do mais, a América tem um dos
campeonatos mais antigos do continente, a U.S.
Open Cup (Copa Aberta dos EUA),
disputada sem interrupções desde 1914. Apesar de tudo isso, o “soccer” não
decolava no país.
Em
1968, um pequeno grupo de entusiastas do “soccer” decidiu fundar uma nova liga
para organizar um campeonato nacional e divulgar o esporte pela nação: nascia a
North American Soccer League (Liga Norte-Americana de Soccer), cuja
sigla era NASL. Era uma tentativa
séria de popularizar o jogo entre os estadunidenses, mas estava difícil, pois,
além da maioria das equipes serem semi-profissionais – e até mesmo amadoras –
não havia uma cobertura por parte da imprensa local, que preferia concentrar-se
nos três esportes mais amados pelo público: o futebol americano, o basquetebol
e o beisebol. A NASL percebeu que não só deveria profissionalizar-se, como
também precisava contar com equipes profissionais na liga. Em 1970, essa equipe
finalmente chegou.
A
Warner Communications era uma
empresa ligada ao famoso estúdio de cinema Warner Brothers e uma companhia
gigante do ramo do entretenimento e de mídia – a maior do mundo na época. Além
de cinema, também era proprietária da gravadora Atlantic Records (que, entre
seus contratados estavam nomes como Ray Charles e Led Zeppelin), da fábrica de
vídeo games Atari (que lançou os jogos Space Invaders e Pac Man), entre outros
investimentos. Os fundadores da Atlantic Records, os
irmãos Nesuhi Ertegün e Ahmet Ertegün, ambos nascidos na Turquia, acreditavam
no potencial da NASL e sugeriram ao presidente da empresa, Steve Ross, a criação de um time de futebol com base em Nova York.
The Big Boss
O empresário Steve Ross
Antes de haver Ted Turner, Rupert Murdoch ou
Silvio Berlusconi, magnatas e grandes nomes da mídia internacional, havia Steve
Ross, o criador da Warner Communications.
Steve Ross era um homem carismático, charmoso,
paternal, apaixonado por tudo o que fazia, fã de esportes e também era
considerado um empresário visionário, muito à frente de seu tempo. Ross havia
assistido as Copas do Mundo de 1966 (que foi transmitida para os EUA pela rede
de televisão britânica BBC) e 1970 e
já tinha percebido a força do “soccer”. Para Ross, tudo era possível, inclusive
o “soccer” na América. Portanto, nada mais lógico que criar um time do esporte
mais popular do mundo na maior cidade do mundo em um dos dois países mais
poderosos do mundo (o outro era a então União Soviética, cujo “soccer” já era
bem desenvolvido e, em plena Guerra Fria, os EUA não gostavam de ficar atrás da
URSS em nenhum campo). Sob as bênçãos do Big
Boss (Chefão, em inglês) o New York Cosmos – abreviação de cosmopolitans, cosmopolitas em inglês - acabava
de nascer.
O goleiro Shep Messing posou nu e causou um grande escândalo
O Cosmos fez a sua estreia na NASL em 1971 com
uma vitória de 2x1 sobre o Saint Louis Stars e chegou às semifinais da
competição. No ano seguinte, conquistava o seu primeiro título, além de ter o
artilheiro da liga, o bermudense Randy Horton, com 13 gols marcados, que também
foi a revelação do campeonato. Em 1973, chegou novamente às semifinais, mas, em
1974, fez uma campanha fraca. Apesar da imprensa local ter começado a fazer uma
cobertura – ainda que tímida – do time e do campeonato, o “soccer” custava a
engrenar nos EUA e, para piorar, no
final do ano, um de seus ídolos, o goleiro Shep Messing, aceitou uma proposta
da revista Playgirl (a versão
feminina da revista Playboy) e posou
nu para um ensaio fotográfico, o que era considerado um escândalo na época. Shep,
ingenuamente, acreditava que isso ajudaria a divulgar a equipe. O goleiro foi
demitido e Steve Ross viu que precisava dar mais do que uma simples chacoalhada
no time. Também precisava levantar o campeonato e, consequentemente, o “soccer”
estadunidense.
Demonstrando, mais uma vez, que era um empresário
que realmente enxergava longe, Ross decidiu usar a estrutura, a força – e o
dinheiro – da Warner Communications para contratar os melhores jogadores que
estivessem no mercado e, em 1975, foi feito o anúncio de sua primeira
contratação, que caiu feito uma bomba nos jornais do mundo inteiro: ninguém
menos que o maior astro do “soccer” de todos os tempos, Edson Arantes do
Nascimento, mais conhecido como Pelé.
Um rei em Nova York
Pelé
Pelé era um jogador único e um verdadeiro
quebrador de recordes. O mais jovem jogador a vencer uma Copa do Mundo – com 17
anos de idade – e o maior vencedor dessa competição, com três títulos
conquistados (em 1958, 1962 e 1970). No clube que o revelou, o Santos, ganhou
praticamente todos os campeonatos que disputou, que incluem a Copa Libertadores da América, em 1962 e
1963, e a Copa Intercontinental (também
conhecida como “Mundial Interclubes”) nesses mesmos anos, além de vários
campeonatos nacionais e regionais no Brasil. Também era o recordista de gols
marcados, mais de 1000 em sua trajetória.
O jogador brasileiro havia encerrado sua carreira
profissional no ano anterior, porém, diante da proposta de Ross de cinco
milhões de dólares (a maior contratação de um esportista feita até então), e
com um salário anual de 1,5 milhão de dólares – o que o tornava o atleta mais
bem pago do mundo naquele tempo - decidiu retomar a carreira e tornou-se
jogador do Cosmos.
Apesar de a proposta milionária ser irrecusável,
sua contratação não foi fácil. A ditadura militar que governava o Brasil há 10
anos com mão de ferro não via com bons olhos a ida de um símbolo do país para
atuar na terra do Tio Sam e fez o possível para “melar” o negócio. A oposição política,
que era brutalmente reprimida pelos militares, também ficou descontente, pois
achava que Pelé se tornaria uma marionete do imperialismo yankee.
Para contornar essa situação desagradável, Ross
apelou para um antigo conhecido, o secretário de estado
do governo dos EUA, Henry Kissinger. Kissinger, um alemão naturalizado
estadunidense, era um apaixonado por “soccer”, tanto que fez questão de
assistir a Copa do Mundo de 1974, realizada em seu país natal, in loco. Ao travar contato com a
ditadura brasileira, Kissinger argumentou que a ida de Pelé para os EUA seria
ótimo para incrementar as relações entre os dois países. Os militares cederam,
Pelé viajou imediatamente para Nova York e assinou seu contrato em uma cerimônia
cheia de pompa e concorridíssima por publico e imprensa.
Com a chegada de Pelé (que foi chamada de “a
contratação do século”), a média de público do Cosmos, que era de 3.000
pessoas, imediatamente subiu para 10.000. Na estréia do “rei”, havia uma
cobertura de mais de 300 jornalistas de todo o mundo e a partida foi
transmitida ao vivo para 22 países. Sucesso absoluto e, na esteira desse
sucesso, foram chegando para as demais equipes da NASL outros grandes astros
tais como o português Eusébio, os ingleses Bobby Moore e Geoff Hurst, o
irlandês George Best e o alemão Gerd Muller. O público correspondeu. A jogada
de Ross mostrou-se mais do que acertada.
Com
a máquina publicitária da Warner a funcionar a todo vapor e Pelé a fazer a sua
parte, a popularidade do Cosmos – e do “soccer” – aumentava dia-a-dia nos EUA.
Pelé fez uma apresentação em Washington D.C., na Casa Branca, para o então
presidente Gerald Ford com toda a
mídia presente. Mas, Steve Ross queria mais. Em 1976, contratou o centroavante
italiano, Giorgio Chinaglia.
O
“matador” italiano
O desengonçado, mas artilheiro, Chinaglia
Chinaglia
era um atacante alto, forte e meio desengonçado. Morou em sua juventude no País
de Gales, por isso tinha perfeito domínio da língua inglesa (falava com sotaque
galês). Tecnicamente não era grande coisa, mas era um “matador”, com um faro de
gol incomum. Veio do clube italiano Lazio e ajudou a equipe a conquistar o seu primeiro
Scudetto na temporada 1973-1974, da
qual foi o artilheiro com 24 gols. Essa performance valeu-lhe uma convocação
para a seleção da Itália que disputou a Copa do Mundo de 1974. Com Chinaglia e
Pelé em campo, o Cosmos chegou mais uma vez às semifinais da liga e Pelé foi
eleito o melhor jogador do campeonato.
Porém,
a chegada de Chinaglia não agradou a Pelé. O brasileiro esperava ser o ídolo
máximo e não repartir o amor da torcida com alguém que considerava um mero coadjuvante.
O jeito passional, o carisma e, principalmente, os gols de Chinaglia
conquistaram os torcedores do Cosmos. A fama de Pelé não impressionava o
italiano, ao contrário, o estimulava a querer superar o brasileiro em tudo,
fosse em campo ou fora dele, o que incluía as mulheres - que eram muitas – que
corriam atrás dos jogadores. Chinaglia era uma das poucas pessoas no mundo que
criticavam Pelé abertamente. O choque de egos foi inevitável.
Ficou
famoso um episódio que ocorreu no vestiário do Cosmos após uma partida na qual
Chinaglia acusou Pelé de não querer passar-lhe a bola para que pudesse marcar
gols. Pelé não gostou e disse que Chinaglia não chutava “de p... nenhuma de
ângulo”. Furioso, o italiano, aos
berros, respondeu: “Eu sou Chinaglia. E se Chinaglia chuta de algum lugar, é
porque Chinaglia pode marcar um gol dali”. Pelé saiu do vestiário em lágrimas.
A
briga Chinaglia-Pelé fez com que o Cosmos fosse eliminado das semifinais, o que
não agradou nem um pouco a Steve Ross. Para acalmar um pouco os ânimos, foi
organizada entre o final de 1976 e início de 1977, uma excursão à Europa na
qual a equipe passou pela Inglaterra, França, Bélgica, Suíça e Itália como
embaixadores do “soccer” estadunidense. Essa excursão parecia mais uma turnê de
uma banda de Rock do que de um time de futebol devido ao luxo e glamour que
havia nela, dignos de verdadeiros popstars.
A publicidade foi enorme. Mas Ross não dormia de touca e aproveitou para
contratar jogadores de diversos países, inclusive Shep Messing, que voltava ao
time a pedido de Pelé. Entre esses jogadores, haviam dois que fariam história
no Cosmos.
O
Capita e Der Kaiser
Franz Beckenbauer e Carlos Alberto Torres
O
brasileiro Carlos Alberto Torres foi
capitão (chamado carinhosamente de Capita
pelos outros jogadores) e companheiro de Pelé na seleção do Brasil, que venceu
a Copa do Mundo de 1970. Era lateral direito e vinha, com sua grande técnica e experiência,
reforçar e comandar a defesa do Cosmos. O alemão Franz Beckenbauer era jogador de meio-campo e foi o capitão da
seleção da Alemanha que venceria a Copa seguinte, em 1974 – além da Eurocopa, em 1972. Em 1976, venceu a Liga dos Campeões da UEFA e a Copa
Intercontinental por sua equipe, o Bayern de Munique e estava no auge de sua
carreira.
Além
de ser mais uma contratação de impacto, Beckenbauer também tinha a missão de
apaziguar a briga entre Pelé e Chinaglia. Der
Kaiser (O Imperador, em alemão) era
um sujeito calmo e ponderado, que impunha-se pelo exemplo ao invés de violência
física ou verbal. Em outras palavras, um líder nato, que foi aceito
naturalmente pelo grupo.
Desta
vez, quem ficou enciumado foi Chinaglia, que disse que não havia necessidade de
contratar Beckenbauer. Porém, devido à grande receptividade dada ao alemão pelo
elenco e pela torcida, calou-se e tratou de ter uma convivência mais civilizada
com Pelé, que teve a mesma atitude. A missão de Beckenbauer estava cumprida.
Show
e consagração
Pelé e Chinaglia fizeram as pazes e jogaram em equipe
Com
a paz feita e o time devidamente reforçado com 14 jogadores de sete países
diferentes, o objetivo, agora, era o título da temporada de 1977. Pelé,
Beckenbauer, Carlos Alberto, Chinaglia, Messing (que foi perdoado por Ross e
retornou à posição de goleiro titular)... A equipe do Cosmos era realmente um
timaço. Todos estavam muito confiantes e Steve Ross conseguiu que o time
mandasse seus jogos no recém-inaugurado e imponente Giants Stadium, com capacidade para 77.000 pessoas. Ross novamente
acertou, pois as pessoas enchiam as arquibancadas para ver o Cosmos jogar. E o
time não decepcionava seus torcedores, dava um verdadeiro espetáculo em campo.
E, para completar esse espetáculo, haviam as lindas cheerleaders (as líderes de torcida), apresentações diversas
durante o intervalo e o mascote do time, o coelho Bugs Bunny (no Brasil, Pernalonga).
Era um verdadeiro show business, bem ao estilo americano. Steve Ross sabia como
fazer as coisas funcionarem.
O
show continuava no vestiário. Dezenas de artistas contratados da Warner
Communications e personalidades visitavam o time. Nomes como os atores Dustin
Hoffman e Robert Redford, as atrizes
e cantoras Barbra Streisand e Betty Midler, o cineasta Steven Spielberg, o
artista plástico Andy Warhol, o boxeador
campeão mundial dos pesos-pesados, Muhammad Ali e Henry Kissinger (que era um
torcedor fanático do Cosmos, do tipo que não perdia um jogo da equipe) eram
presença constante antes e depois das partidas. Beckenbauer chegou a comentar:
“Algumas vezes pensava que estava em Hollywood”.
Em
uma dessas visitas, havia um rapaz de cabelos longos, magricelo e branquelo,
que estava visivelmente “chapado” e “causando” no vestiário. Ao ver aquilo, o
técnico do Cosmos, o inglês Gordon Bradley, ficou uma fera e gritou: “Quem é
esse cabeludo f.d.p.? Alguém tire esse cara daqui!”. O cabeludo era Mick Jagger, o cantor da banda The Rolling Stones que foi, gentilmente,
convidado a se retirar...
Após
passar pelos play-offs (com estádios
sempre lotados), o Cosmos chegou à disputa do Soccer Bowl - a grande final da NASL - contra a equipe do Seattle
Sounders. O Cosmos venceu por 2x1, com Chinaglia marcando o gol do título. Pelé
foi escolhido como o melhor jogador da partida e Beckenbauer como o melhor do
campeonato. Era a consagração do Cosmos e de Steve Ross, “pai” da equipe e
“padrinho” do “soccer” estadunidense.
Após
a conquista, a rede de televisão ABC, uma das chamadas “três grandes” emissoras
dos EUA (as outras são a NBC e a CBS), especializada em esportes, assinou um
contrato com a NASL para transmitir com exclusividade os jogos da liga por três
anos – principalmente do Cosmos. Steve Ross esfregava as mãos de contentamento.
Porém,
o contrato de Pelé terminava ao final de 1977 e o astro maior do Cosmos decidiu
encerrar, definitivamente, sua carreira. Ross tentou convencê-lo a mudar de
ideia, mas o “rei” estava irredutível: desta vez parava mesmo! Para a despedida
no Giants Stadium lotado, foi convidada a equipe do Santos. Pelé jogou um tempo
em cada time e o Cosmos venceu por 2x1. Um Pelé visivelmente emocionado
despediu-se do esporte que deu-lhe tudo, inclusive a glória na América.
O
bicampeonato e partidas internacionais
Cruyff fez uma única, mas memorável partida
Na
temporada de 1978, a primeira sem Pelé, foi contratado o holandês Johan Neeskens, meio-campo da seleção
da Holanda, que foi vice-campeã nas Copas do Mundo de 1974 e 1978. O
bicampeonato veio naturalmente e Chinaglia foi o artilheiro da competição com
34 gols marcados. A média de público foi de 47.856 pessoas. Nesse ano começaram
as excursões do Cosmos pelo mundo e a disputa de amistosos internacionais
contra grandes equipes internacionais. Em um deles, contra uma seleção de
jogadores que disputaram a Copa de 1978 (com exceção da seleção da Argentina,
vencedora da competição), teve a participação especialíssima do maior jogador
holandês de sempre: Johan Cruyff, o
maestro da seleção da Holanda, a Laranja
Mecânica, que maravilhou o mundo na Copa do Mundo de 1974. A partida
terminou em 2x2, com um golaço de Chinaglia e uma exibição magnífica e
inesquecível de Cruyff.
Outro
jogo muito lembrado foi em 1979, justamente contra a então seleção campeã do
mundo, a Argentina, que contava com seus principais jogadores, entre eles Diego Maradona, El Pibe de Oro. Os argentinos achavam que teriam vida fácil nesse
jogo. Enganaram-se redondamente. É verdade que venceram a partida por 1x0 (com
um gol de Daniel Passarella aos 46 minutos do segundo tempo), porém não
contavam com uma exibição de gala do Cosmos, que jogou de igual para igual
contra os campeões mundiais, com destaque para Carlos Alberto Torres, que foi o
melhor jogador da partida.
Auge
e queda
O Cosmos em um amistoso na Argentina, em 1980
Em
1979, o Cosmos chegou às semifinais, mas foi surpreendido pela equipe canadense
Vancouver Whitecaps que venceu por 2x1 e se tornaria o campeão daquele ano.
Chinaglia foi novamente o artilheiro do campeonato com 26 gols. Porém, em 1980,
com o reforço do craque paraguaio Romerito,
campeão da Copa América com a seleção de seu país no ano anterior, o Cosmos
voltou a ser campeão e Chinaglia voltou a ser o artilheiro, com 32 gols. O time
teve nesse ano uma média de público de 42.754 pessoas. O famoso estilista Ralph
Lauren desenhou os novos uniformes do time. “Éramos tão grandes quanto os Yankees (New York Yankees, o popular time de beisebol da cidade, onde atuou
o famoso Babe Ruth) e maiores que os Giants
(New York Giants, time de futebol
americano)”, afirmava Shep Messing. Era o auge do Cosmos e do “soccer” nos EUA.
Mas, com a chegada ao topo, começou a queda.
Em
1981, o Cosmos foi vice-campeão. Perdeu o título na disputa de pênaltis para o
Chicago Sting. Chinaglia foi o artilheiro pelo quarto ano seguido, com 29 gols
feitos. A média de público caiu para 34.835 pessoas. Ainda uma boa média, mas
indicava que o encanto já não era o mesmo. A rede ABC não quis renovar o
contrato de transmissão dos jogos com a NASL. Definitivamente, algo não corria
bem.
Em
1982, já sem a transmissão da TV, a média de público do Cosmos caiu para 28.479
pessoas. Ainda assim, o time conquistou o título daquele ano, o quinto em sua
história. Carlos Alberto Torres encerrou a carreira naquele ano. A campanha do
Cosmos na temporada de 1983 foi a mais fraca em muitos anos. A equipe não
chegou sequer nas semifinais e passava por uma crise financeira devido a
problemas na Warner. Para piorar, Beckenbauer e Chinaglia encerram a carreira
nesse mesmo ano e a NASL também andava mal das pernas.
O
fim
A
temporada de 1984 foi a pior na história do Cosmos. O time não passou sequer da
primeira fase do campeonato. A média de público foi de 12.817 pessoas. Após a
disputa do Soccer Bowl daquele ano, a NASL decidiu encerrar as suas atividades.
Era o fim do sonho do “soccer” eatadunidense.
Chinaglia,
que havia se tornado íntimo de Steve Ross, comprou a equipe e tranformou o
Cosmos em um time de Indoor Soccer
(no Brasil, Showbol). Shep Messing
voltou a atuar para ajudar a equipe, mas esta acabou definitivamente em 1985.
Após
o fim
Chinaglia comprou o Cosmos e o vendeu para Pinton (direita)
O
primeiro artilheiro e ídolo do Cosmos, Randy Horton, retornou ao seu país
natal, Bermuda e encerrou lá sua carreira de futebolista, mas continuou como
jogador de Cricket – inclusive atuando pela seleção nacional – até 1980. Em
1998, ingressou na política e, atualmente é o presidente do parlamento
bermudense, sendo o primeiro político da oposição a obter esse cargo.
Shep
Messing encerrou a carreira esportiva em 1987 e tornou-se empresário de
jogadores e comentarista esportivo, tendo comentado as Copas de 1986, 2002 e
2006, além do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2008. Atualmente, além
dessas funções, é embaixador do Cosmos.
Mesmo
aposentado do futebol, Pelé continua a ser um grande astro e empresário de
sucesso. Arrasta multidões por onde quer que passe. Atuou em filmes para o
cinema, foi comentarista na Copa de 1994 e teve vários romances, sendo o mais
famoso com a modelo e apresentadora de TV, Xuxa.
Porém, junto com o sucesso, vieram as polêmicas com frases tais como “O povo
brasileiro não está preparado para votar (sobre
a volta da democracia ao Brasil – nota
do autor)” e “Vamos esquecer as manifestações (que sacudiram e sacodem o país desde junho de 2013 – nota do autor) e apoiar a seleção na
Copa das Confederações”. Apesar disso, continua a ser o brasileiro de maior
prestígio no exterior, tendo sido eleito o atleta do século XX e embaixador da
Copa do Mundo de 2014.
Logo
após encerrar a carreira de jogador, Carlos Alberto Torres iniciou a carreira
de treinador, na qual teve relativo sucesso, sendo seus principais títulos o
Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo e a Copa Conmebol de 1993, pelo
Botafogo. Também atuou como comentarista no rádio e na TV. Filiou-se ao Partido
Democrático Trabalhista (PDT) e foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro
em 1989 e encerrou o mandado em 1993. Atualmente também é embaixador da Copa de
2014.
Após
o término de seu contrato com o Cosmos, Franz Beckenbauer transferiu-se para a
equipe alemã Hamburgo e lá conquistou o campeonato alemão e encerrou a carreira
de jogador iniciando, logo em seguida, a de técnico, dirigindo a seleção da
Alemanha. Seu primeiro resultado expressivo nessa nova função foi o
vice-campeonato na Copa do Mundo de 1986, vencida pela Argentina, liderada por
Diego Maradona. Porém, na Copa de 1990, Beckenbauer levou a Alemanha à vitória
vencendo a mesma Argentina de Maradona na final. Após essa conquista, dirigiu o
Bayern de Munique tendo conquistado o campeonato alemão na temporada 1993-1994
e a Copa da UEFA, na temporada
1995-1996. Foi vice-presidente da Federação Alemã de Futebol, presidente do
Bayern de Munique e fez parte do comitê organizador da Copa do Mundo de 2006.
Atualmente é presidente de honra do Bayern de Munique e continua a ser muito
respeitado no mundo inteiro.
Giorgio
Chinaglia vendeu o Cosmos a seu empresário e amigo Giuseppe “Peppe” Pinton,
voltou para a Itália e tornou-se presidente da Lazio. Depois, retornou aos EUA
e trabalhou como comentarista na rádio (onde tinha um programa semanal) e
televisão tendo comentado a Copa do Mundo de 2006. Foi eleito para o hall da
fama do futebol estadunidense em 2000 e, nesse mesmo ano, o Lazio o elegeu o
melhor jogador no centenário do clube. Em 2008, foi acusado pela polícia da
Itália de usar métodos ilícitos para vender o Lazio e também de ser membro da Camorra (a Máfia da cidade italiana de
Nápoles). Era embaixador do Cosmos quando morreu de ataque cardíaco, em 2012,
pouco mais de um mês após ter se divorciado.
Após
o fim do Cosmos e de resistir a uma investida de Rupert Murdoch de adquirir a
Warner, Steve Ross ainda estava envolvido com o “soccer” e usou todos os seus
contatos na campanha dos EUA para sediar a Copa do Mundo de 1986 após a
desistência da Colômbia de organizar o evento. Porém, a FIFA preferiu levar o
mundial para o México, que já havia recebido a competição em 1970. Mostrando, como
sempre, que era um homem de visão, investiu na TV à cabo e foi responsável pela
criação dos canais MTV, especializado
em música jovem e Nickelodeon,
voltado para o público infantil. Também investiu na, então, nascente indústria
dos vídeos domésticos e em outros experimentos. Em 1989, a Warner
Communications juntou-se à Time Inc.
(proprietária da revista semanal de notícias Time, entre outras publicações) e formaram a Time Warner, a maior empresa de mídia e entretenimento da época e,
ainda hoje, uma das duas maiores companhias do ramo. Steve Ross morreu de
câncer, em 1992.
Peppe
Pinton transformou o Cosmos em uma escolinha de futebol para crianças e
pré-adolescentes e também vendia camisetas, livros, vídeos e muitos outros
souvenirs que remetiam à história da equipe.
Memória
viva
Cartaz do documentário "Once in a Lifetime"
Mesmo
sem atuar profissionalmente há vários anos, a memória dos Cosmos sempre
continuou bem viva nos corações e mentes estadunidenses e, particularmente, nos
dos novaiorquinos. Em 2006, foi lançado nos cinemas o documentário Once in a Lifetime – The Extraordinary
Story of The New York Cosmos (Uma Vez
na Vida – A Extraordinária História do New York Cosmos, em inglês). Narrado
pelo ator Matt Dillon (que nasceu e cresceu na área metropolitana de Nova
York), o documentário tem farto material da época tais como fotos, filmes dos
jogos registrados pela Warner e muitas entrevistas com todos os principais
envolvidos com o Cosmos, com exceção dos falecidos Nesuhi Ertegün e Steve Ross (seu filho, Mark, o
representou) e Pelé que, por razões desconhecidas, não quis ser entrevistado. O
filme fez sucesso e foi elogiado pela crítica especializada. Um subtítulo do
filme era bem sugestivo: The Untold Story
of the team that had America at its feet (A História não contada do time que teve a América a seus pés).
Porém,
ao contrário do que foi dito no filme, não foi apenas uma vez na vida...
O
retorno
Eric Cantona anuncia: "Estamos de volta"
Em
2009, foi anunciada oficialmente a volta da NASL. Após ficar mais de um ano
arrumando patrocinadores, o primeiro campeonato foi disputado em 2011, com
apenas oito equipes e com uma média de público de 3.770 pessoas. O campeão foi
o NSC Minessota Stars. Em 2012, a média subiu para 3.810 pessoas e o campeão
foi o Tampa Bay Roadies. No campeonato de 2013, a liga perdeu um time, mas
ganhou um outro...
Após
o anúncio da volta da NASL, foi anunciada, em 2010, uma outra volta. Essa volta
já vinha sendo comentada há algum tempo, mas ninguém confirmava nada.
Finalmente veio a notícia oficial: o New York Cosmos estava de volta!
O
britânico Paul Kemsley foi vice-presidente
da equipe inglesa Tottenham Hotspur e comprou o Cosmos de Peppe Pinton, por um
valor não divulgado, em 2009. No ano seguinte, Pelé, que foi eleito presidente
de honra da equipe, fez o anúncio oficial da volta do Cosmos. Nessa volta, foi
anunciada a construção de um estádio próprio com previsão de inauguração em
2016 e investimentos nas divisões de base. Antigos astros tais como Chinaglia,
Carlos Alberto Torres e Shep Messing e o ex-jogador da seleção dos EUA, Cobi
Jones, tornaram-se embaixadores da equipe. Fazendo jus à história e tradição do
time, foi feita uma contratação de impacto: para diretor de futebol foi
contratado o ex-jogador francês Eric
Cantona, que foi um polêmico, genioso e genial craque e artilheiro da
seleção da França e do clube inglês Manchester United. Ao vincularem na TV e na
internet o vídeo dessa contratação, Cantona, no melhor estilo “poderoso chefão”
foi curto e grosso: We´re back! (Estamos de volta, em inglês).
O
Cosmos fez sua primeira aparição pública em 2011, em um amistoso na cidade de
Manchester, Inglaterra, contra o Manchester United, na partida que marcou a
despedida de um dos grandes nomes do time inglês, Paul Scholes. Com Cantona de
técnico, jogadores das divisões inferiores e outros convidados, o Cosmos foi
goleado impiedosamente pelos Red Devils
por 6x0. Porém, para a torcida e amantes do “soccer” no mundo inteiro, o que
valeu mesmo foi a volta de uma lenda.
O
ano de 2012 foi dedicado à montagem da equipe principal. Novamente, foi feita
uma contratação de destaque para o time: o brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna, ex-jogador do
Corinthians, pelo qual conquistou o Campeonato
Mundial de Clubes da FIFA, em 2000; e da seleção da Espanha, pela qual
venceu a Eurocopa, em 2008. Como técnico, foi anunciado o venezuelano Giovanni
Savarese e o patrocinador da camisa é a milionária companhia aérea dos Emirados
Árabes Unidos, Emirates.
Em
2013, finalmente ocorreu o retorno às competições oficiais, na boa e velha-nova
NASL. O Cosmos entrou somente na segunda metade do campeonato (chamada de Fall Season). Nessa liga não existe
rebaixamento. Embora tenha pego o bonde andando, o Cosmos mostrou a que veio e
foi o vencedor com uma campanha de nove vitórias, quatro empates e apenas uma
derrota, o que valeu-lhe a vaga para a disputa do Soccer Bowl contra o Atlanta
Silverbacks, vencedor da Spring Season.
O
chamado “efeito Cosmos” logo fez-se sentir: com a chegada do time de Nova York,
a média de público do campeonato subiu para 4.670 pessoas, sendo que o Cosmos,
sozinho, tinha uma média de 6.859 pessoas. Imaginem se tivesse jogado desde o
início!
Embora
em um palco bem mais modesto e sem o glamour da época de ouro da NASL, podia-se
sentir a magia no ar. A decisão foi no estádio do adversário, mas o Cosmos não
se intimidou e pressionou o Silverbacks desde o início, não dando chances aos
donos da casa. Aos cinco minutos do segundo tempo, Marcos Senna recebeu a bola
na entrada da grande área e fez um belo gol de cobertura. Após o gol, o
Silverbacks tentou pressionar, mas o Cosmos defendeu-se bem até o apito final.
Após 31 anos, o New York Cosmos era campeão do Soccer Bowl! A torcida invade o
campo carregando fotos de Pelé...
Análise:
o legado do New York Cosmos
O passado e o presente do New York Cosmos
Após
essa história vertiginosa e empolgante, o que podemos concluir de tudo isso? O
que faz um time de sucesso decair até desaparecer? No que o Cosmos acertou e no
que errou?
A
meu ver, foram vários os fatores que levaram o Cosmos ao topo e, ao mesmo tempo
à derrocada. O primeiro fator foram suas contratações. Steve Ross acertou ao
contratar grandes craques para o time, porém era um “esquema pesado”, pois,
embora também tivessem suas estrelas, poucas equipes da NASL podiam
equiparar-se financeiramente ao Cosmos. Para se ter uma ideia, o Cosmos tinha
mais grana que os grandes clubes da Europa e isso acabou por inflacionar o
mercado do “soccer” estadunidense. Praticamente não havia divisões de base. O Cosmos nunca disputou competições internacionais oficiais tais como a Copa dos Campeões da CONCACAF (atual Liga dos Campeões da CONCACAF, versão da América do Norte, América Central e Caribe da Copa Libertadores da América). Depois
da saída de Pelé, não veio mais nenhum jogador de envergadura semelhante.
Outro
fator foram os próprios jogos da liga. Por vezes pareciam mais com um show de um cassino
de Las Vegas ou Atlantic City do que propriamente um campeonato e a rivalidade entre as equipes
não foi devidamente estimulada. Com tudo isso, o interesse do público – que
reagiu com entusiasmo no início – foi gradativamente diminuindo. As TVs
estadunidenses não tinham muita experiência em transmitir esse tipo de esporte
e utilizar os patrocínios de que dispunham durante a transmissão. A audiência
caiu, os patrocinadores saíram e, consequentemente, os televisionamentos
cessaram.
Durante
muito tempo, dizia-se que o Cosmos e Pelé fizeram sucesso, mas não deixaram
legado. Porém, como veremos, a seguir, isso não é verdade.
Após
o fim da NASL, outras ligas de “soccer” foram formadas e organizaram
campeonatos profissionais. O esporte mantinha-se vivo na terra de Marlboro.
Crianças e adolescentes praticavam o “soccer” regularmente e, surpreendentemente,
o futebol feminino teve um desenvolvimento espantosamente rápido, tornado os
EUA a maior potência mundial desse esporte, com conquistas de títulos mundiais
e olímpicos, entre outros. A supercraque estadunidense Mia Hamm, uma das maiores jogadoras em todos os tempos, disse em
uma entrevista que ia assistir aos jogos do Cosmos quando era criança, o que a
fez desejar ser jogadora profissional de “soccer”.
Entre
as garotas tudo ia mais do que bem, mas e entre os rapazes?
Após
terem falhado em organizar a Copa do Mundo de 1986, os estadunidenses voltaram
à carga, desta vez para organizar a Copa do Mundo de 1994. A FIFA foi clara e
direta: para organizarem a Copa nos EUA, era preciso não só que estes se
classificassem para o Mundial de 1990, como também organizassem uma liga forte
e competitiva e que fosse feita para durar.
Dito
e feito: a seleção dos EUA classificou-se para a Copa de 1990 (o que não
ocorria há 40 anos e, desde então, têm se classificado em todas as Copas
subsequentes). No ano seguinte, a seleção conquistou a medalha de ouro nos
Jogos Pan-Americanos ao vencer o México na final. A FIFA deu o sinal verde, a
Copa de 1994 foi organizada em território yankee
e foi um grande sucesso, com uma média de público de 68.981 pessoas,
surpreendendo a todos, principalmente a incrédula imprensa local. A seleção
estadunidense fez boa campanha, chegando às oitavas-de-final (foi eliminada
pelo Brasil, que conquistaria o título) e nomes como Toni Meola, Greg Lalas e
Eric Wynalda tornaram-se familiares ao público. O velho Giants Stadium abrigou
um dos jogos das semi-finais. O sonho de Steve Ross em ter a Copa do Mundo em
seu país tornou-se realidade. Foi uma pena que ele não estivesse lá para ver.
A
liga competitiva que a FIFA pedia foi formada no final de 1993. Nascia a Major League Soccer, mais conhecida
pela sigla MLS (Panorama BR falará sobre a MLS em um futuro próximo) e teve seu
primeiro campeonato realizado em 1996. Lembrando-se da experiência da NASL, a
MLS procurou não repetir os erros da liga predecessora e organizou um
campeonato nos moldes dos campeonatos europeus (o campeonato inglês foi a sua
principal inspiração). Desta vez, a rivalidade entre as equipes foi estimulada.
Embora a contratação de jogadores estrangeiros continuasse vigente, deu-se
grande importância à formação de jogadores entre os jovens estadunidenses. Times
da MLS conquistaram títulos internacionais como a Liga dos Campeões da CONCACAF e a Copa Interamericana (competição disputada entre o vencedor da Liga dos Campeões da CONCACAF e da Copa Libertadores da América).
Assim
como nos tempos da NASL, a MLS também tinha seus grandes astros e contratações
de impacto. Se a primeira tinha Pelé, a segunda tinha o britânico David Beckham, que assinou contrato com
o Los Angeles Galaxy. A nova liga cresceu, tornou-se a principal liga de
“soccer” dos EUA e equipes que “sobreviveram” à NASL (atuavam em outras ligas)
tais como o Seattle Sounders, o Vancouver Whitecaps e o Portland Timbers,
juntaram-se à MLS, o que trouxe a inevitável pergunta: e quanto ao New York
Cosmos?
Haviam
empecilhos para a entrada do Cosmos na MLS. A primeira foi a resistência de
Peppe Pinton em autorizar o uso do nome do Cosmos, pois achava que isso
mancharia a história do time. O segundo empecilho era o receio da MLS em
permitir a entrada da equipe, pois o Cosmos tem uma marca tão forte no “soccer”
dos EUA que os dirigentes temiam que ofuscasse os outros times da liga.
Porém,
após Pinton vender a equipe e ao ver a volta do Cosmos, a MLS percebeu que a
história que o time fundado por Steve Ross tem não trará prejuízos à ela, ao
contrário, será extremamente benéfica e acena com a forte possibilidade de
contar com o time de Nova York em breve, talvez mais breve do que se pensa!
A
própria NASL tem se beneficiado dessa volta. Além do aumento de público, já é considerada a segunda liga mais importante do país (depois da MLS) e também já está confirmada a entrada na liga de mais três times em 2014 e mais dois em
2015. A tendência é de crescimento. Precisa dizer mais?
Viva
o Rei!
O New York Cosmos de 2013 com Marcos Senna (número 19)
Ao
escrever a saga O Senhor dos Anéis, o
escritor J.R.R. Tolkien, obviamente, não pensava em “soccer”. Entretanto, para nomear
e encerrar este texto, não resisti e tomei a liberdade de pegar emprestado o
título do último volume da trilogia, pois este resume à perfeição essa volta
triunfal do New York Cosmos, o maior time de “soccer” dos EUA: O Retorno do Rei.
O
Rei está vivo!
Vida
longa ao Rei!
Também publicado no site do Centro de Mídia Independente (CMI).
Também publicado no site do Centro de Mídia Independente (CMI).
Vídeo com os melhores gols do Cosmos
Documentário "Once in a Lifetime" (original em Inglês, sem legendas)
O gol de Marcos Senna que deu o título do Soccer Bowl 2013 ao Cosmos (narração em inglês)
Eric Cantona: "We're Back!"
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